2/14/2011

Humberto de Lima fala sobre seus dez anos de Ministério Pastoral.


Quando e como começou a pregar?
Sou pregador desde a infância. Lembro exatamente como foi minha primeira fala em público. Eu tinha uns doze anos de idade e estava na Praça Aristides Lobo, em João Pessoa, participando de um culto ao ar livre, organizado pela Assembléia de Deus. Pedi ao dirigente que me desse uma oportunidade para pregar. Ele concordou, mas disse que ficaria bem pertinho de mim, pronto para intervir caso eu falasse alguma besteira. Com as pernas trêmulas, falei por uns dois minutos e voltei para o meu lugar feliz da vida. Depois daquele dia não parei mais!
 
Que influências marcaram o início e o desenvolvimento de seu ministério?
No início, eu não pensava muito; repetia chavões ouvidos no meio onde cresci e era muito mais pregador da cultura de minha denominação do que pregador do Evangelho. Era muito preconceituoso em relação aos cristãos de outras igrejas. Em meu texto "Confissões", publicado no HumbertodeLima.com, você poderá ter uma idéia de como eu via o mundo na época. As mudanças começaram a surgir a partir do meu interesse pela leitura; primeiro a leitura da Bíblia, depois a leitura de outros livros. Billy Graham foi o meu primeiro contato com um autor extra-bíblico. Fiquei admirado diante da maneira inteligente como ele falava e escrevia sobre Cristo. Depois vieram Caio Fábio, Robinson Cavalcante, Ricardo Gondim com seu livro "É Proibido - O que a Bíblia permite e a Igreja proibe", Phillip Yancey, entre outros.
 
Como se deu a aproximação com irmãos de outras igrejas?
Os livros me ajudaram a chegar mais desarmado no Ensino Médio. Estudando no Liceu Paraibano, descobri a ABS – Aliança Bíblica Secundarista e comecei a interagir com adolescentes de várias origens denominacionais. O processo foi ficando cada vez mais interessante, tendo continuado na universidade, onde conheci a ABU – Aliança Bíblica Universitária.  Carlos Tomé, Guilardo Tavares, Xico Lima e Alexandre Azevedo são bons amigos daquela época. Uma ou duas vezes por ano, eu os convido para matar a saudade e sentar comigo na Roda dos Esclarecedores!
 
Quais foram os resultados de suas descobertas?
A princípio, as novas idéias eram apenas novas idéias que precisavam ser comparadas e refletidas à luz do bom senso e da Bíblia. À medida que iam sendo incorporadas ao meu estilo de vida, começaram os conflitos.  Por exemplo, naquela época eu perguntava: - Por que proíbem ver televisão? Depois eu perguntava: - Que pecado há em jogar bola na praia? Muitos prazeres da infância e adolescência haviam sido reprimidos pelos usos e costumes que me foram impostos. Mais tarde, tentei dar uma de reformador, mas minhas críticas não encontravam eco dentro do sistema.  Resolvi sair.
 
Como foi sua vinda para a Igreja Batista?
Quando estava buscando outra congregação, visitei a IBM – Igreja Batista de Manaira e fiquei encantado com a qualidade da pregação, a música contemporânea, e mais ainda, com as assembléias de membros! Lá eu fui bem recebido pelo Pr. João Filho, lá eu fui mais tarde ordenado ao pastorado e de lá eu fui enviado como missionário para Fagundes. É claro que à medida que o tempo passa mais eu percebo o quanto nós batistas ainda temos que mudar e melhorar em nosso jeito de ser e fazer igreja. Porém, ao mesmo tempo, sou cada vez mais grato a Deus por fazer parte dessa comunidade!
 
Por falar nisso, qual é o seu pensamento sobre as convenções e outros órgãos denominacionais?
Acredito em igrejas que plantam igrejas. Assim nasceu a Igreja Batista de Fagundes, plantada pela Igreja Batista de Manaira; e, assim também nasceu a Igreja Batista de Galante, plantada pela Igreja Batista de Fagundes. Quando tentamos fazer esse trabalho através de uma convenção ou junta de missões, boa parte dos recursos deixa de chegar ao campo missionário, pois acaba sendo utilizada para manter a estrutura burocrática dos órgãos convencionais. A IBF, apesar de ser autônoma, tem hoje boas relações de cooperação com outras igrejas e estamos satisfeitos com os resultados.
 
Dez anos em Fagundes. Como é olhar pra trás?
Um pastor acaba sabendo de coisas que muita gente não sabe. Por isso, digo que através do trabalho de membros de nossa comunidade, várias pessoas desistiram de morrer e optaram por viver, jovens largaram a bebida e a ociosidade e se dedicaram aos estudos, analfabetos aprenderam a ler, outros mais dedicaram suas vidas a Cristo... Nossa igreja tem hoje uma liderança forte e tem seminaristas sendo treinados para trabalhar como ministros do Evangelho. O povo fagundense tem nos acolhido muito bem, o pessoal de CIM – Churches in Missions sempre nos apoiou durante esse tempo todo. Lembro também do incentivo e encorajamento que recebi do casal Sílvio e Betânia Esteves. Faço questão de registrar aqui minha palavra de gratidão ao Dr. Paulo Dantas, irmão e amigo fagundense que sempre nos ajudou em nossa missão. Por estes e tantos outros motivos, louvo a Deus e olho pra trás com gratidão.
 
Sonhos?
Dentre os que já foram realizados posso citar a constução de nosso templo e minha ida ao Haggai Institute (Maui, USA). A conclusão do curso de direito é exemplo de um desejo cada vez mais próximo da realização; outros sonhos estão sendo nutridos em oração no silêncio de minhas manhãs.
 
Se pudesse dar a si mesmo um presente...
Depois de anos no ministério, cuidando de tudo e de todos, geralmente o pastor acaba esquecendo-se de si mesmo. Isto cria dentro dele a necessidade de parar, repensar a vida e fazer outras coisas por um tempo. Depois deste período sabático, a maioria volta com as baterias recarregadas. Esta prática é comum nos Estados Unidos. John Piper, conhecido autor e pastor da Bethlehem Baptist Church em Minneapolis, esteve afastado das funções pastorais no ano passado e somente agora no início de 2011 retornou ao púlpito. Eu gostaria muito de ter um tempo assim.

2/01/2011

Quando estou no vale...

Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.” (Salmo 23, 5) 
 
Ás vezes lemos e relemos esse versículo e ele nos soa bem mais real e tocante quando, realmente, estamos no vale. As forças estão se esvaindo, a esperança está morrendo, a escuridão é assustadora e a sensação de solidão é quase uma certeza em nosso coração.
 
Como reagir quando nos encontramos nos mais profundos vales de nossa vida?
 
Eu não sei você, mas eu escolhi reagir a este vale como o final daquele versículo diz:  não temeria mal algum, porque tu estás comigo.”
 
São tantos os momentos de desespero e angústia, tudo por que “esquecemos”  que Deus está conosco e que qualquer vale pelo qual venhamos a passar nos ensinará muitas coisas e nos tornará mais fortes e preparados para a bonança!
 
Eis o pilar de uma vida espiritual saudável e cheia de esperança: A fé!
 
É bem verdade que quando cremos em Deus, cremos em todo tempo. Mas eu sinto que exercito a minha confiança no Pai quando estou passando pelos vales escuros da vida! Lá , a teoria é bem bonita mas o que vale e faz a diferença é a fé na prática!
 
O que me faz crer em Deus é o que Ele é! Um pai protetor que me ensina a procurar não errar, mas que quando eu errar vai estar lá me sustentando, me erguendo e cuidando de mim com o maior e mais belo amor que o mundo já viu.
 
Sou tão pecadora que passo por vales, sou tão amada por Deus que saio deles mais forte!
 
Talitta Dantas*
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* Talitta Dantas é membro da IBF e estudante de Farmácia na UFPB - Universidade Federal da Paraiba. Para visitar seu blog, clique aqui

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