8/18/2011

Como ser uma comunidade relevante?


Na busca de uma resposta urgente para a questão, algumas comunidades chegam ao extremo de enfatizar mais o acessório em detrimento do principal, mais a atividade meio em detrimento da atividade fim. Aqui, podemos citar, por exemplo, congregações onde o estudo da Palavra e a Oração perdem feio em matéria de tempo para programações de sociabilidade.
 
Por outro lado, existem grupos radicais que verticalizam tudo, passando a idéia de que toda a vida deve ser gasta de mãos postas. Aqui, além da falta de tempo para que desenvolvam relacionamentos de boa qualidade dentro do grupo, existe também a tendência de isolamento em relação aos que estão do lado de fora.
 
O isolamento torna-se mais acentuado e se assemelha a comportamento de seita quando é motivado por idéias intolerantes e exclusivistas do tipo “fora daqui não há salvação”.
 
O livro de Atos dos Apóstolos (2:46-47) narra um momento bom vivido pela igreja dos primeiros dias, momento em que a comunidade dos discípulos se mostrou equilibrada e relevante na sociedade dentro da qual estava historicamente inserida. O fato é que pareciam estar bem com Deus, bem uns com os outros, e, além disso, estavam atraindo a simpatia do povo!
 
A partir do exemplo supracitado, sugiro três passos importantes em direção à relevância:
 
1. Enfatizem o relacionamento com Deus – Se somos Igreja, nós devemos partir da premissa de que cremos em Deus e também acreditamos na possibilidade de ter e cultivar um relacionamento com Ele. Por isso, em nossos encontros, a leitura e o estudo da Palavra combinados com intensos momentos de adoração e oração, além de avivar em nós a certeza de quem somos e de para quem somos, abre também a porta para um contínuo mover do Espírito.
 
2. Melhorem a qualidade dos relacionamentos interpessoais – Ao contrário do que muitos pensam, este objetivo não se consegue abarrotando nossos membros com programação religiosa. 
 
Há igrejas que sugam o tempo das pessoas, privando-as de viver uma vida mais saudável em todos os aspectos. Por exemplo, há vários anos atrás, quando plantamos a Igreja Batista de Fagundes, começamos por copiar o velho modelo norte-americano de fazer igreja, enchendo as manhãs, tardes e noites de cada domingo com atividades sem fim. 
 
Descobri que além de cansativa, nossa agenda dominical roubava das pessoas muito do tempo que elas precisavam para se conhecer melhor, descansar, visitar uns aos outros, e, principalmente, estar em família. Por falar nisso, alguns de nossos membros acabavam por arranjar problemas em casa devido ao fato de “passar o dia todo na igreja”. 
 
Mudamos tudo e enxugamos nossa programação de fim de semana. Desde então, nossas turmas de Escola Bíblica estão funcionando no sábado e no domingo, das 18:00h às 18:50h, e, nossos cultos nesses dois dias são realizados às 19:00h. O povo se adaptou bem e o modelo já começa a ser seguido por outras igrejas em todo o país!
 
Mas, para melhorar a qualidade dos relacionamentos na igreja, além de incentivar a inclusão de todos em pequenos grupos, faz-se necessário o estudo constante, entre outros, de textos como Mateus 18:15-17, que nos ensinam como lidar com conflitos congregacionais.
 
3. Saiam das quatro paredes – É interessante também que a Igreja participe e leve sua contribuição para eventos e projetos culturais, cívicos e comunitários da cidade.
 
Aqui, convém ressaltar que nossa espiritualidade somente contribuirá para aumentar o grau de relevância da igreja e do próprio Evangelho quando essa mesma espiritualidade influenciar positivamente as relações horizontais de cada crente, levando-o a ser melhor vizinho, melhor cidadão, melhor patrão, melhor empregado etc.
 
Pensando nele, que nos chamou para ser sal e luz,

Humberto de Lima.

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